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13/6/2020
Por: Professor Fernando Pina

Um resumo sobre a filosofia contemporânea ou pós-moderna

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Um resumo feito a partir do capítulo 11 "Filosofia contemporânea" do livro didático "Filosofando: introdução à filosofia", ano 2016, de Arruda Aranha e Pires Martins.

Os filósofos da pós-modernidade, ou período contemporâneo, seguiram linhas diversas de pensamento, mas têm em comum a desconfiança da razão iluminista, o que os leva a um processo de "desconstrução" do conceito de sujeito, aquele que é capaz de obter o conhecimento verdadeiro, herdado pela metafísica tradicional e do racionalismo cartesiano (de René Descartes).

No final do século XIX, com a crítica ao racionalismo, os filósofos voltaram-se para questões como a vontade, a existência e as paixões. Entre eles, Shopenhauer (1788-1860) teorizou sobre o sentimento e a vontade cósmica; Kierkegaard (1813-1855) focalizou a natureza da existência humana, com suas paixões e o confronto entre a razão e a fé; e Nietzsche, iconoclasta (o que destrói imagens) de valores tradicionais, propõe a transvaloração (outros valores) com base no critério da vida. Nietzsche, Marx e depois Freud questionaram o poder da razão, bem como a centralidade do sujeito capaz de conhecer a verdade. Sgmund Freud, inclusive, cunhou a expressão "feridas narcísicas", referindo-se a essa incapacidade do sujeito, ao longo da história, em ter certezas sobre si e o mundo. São três as feridas: o heliocentrismo de Copérnico no século XVI; a teoria da evolução de Darvin no século XX e sua própria teoria do inconsciente. A essas feridas, acrescenta-se uma quarta, a teoria da luta de classes de Karl Marx, que pôs em cheque a centralidade da subjetividade livre e autônoma.

O século XX constituiu um período de mudanças radicais provocadas pelo desenvolvimento da ciência, e os pensadores do período seguiram orientações diversas. A teoria fenomenológica de Husserl (1859-1938) introduziu o conceito de intencionalidade em oposição ao racionalismo e ao empirismo que separavam o sujeito e o objeto do conhecimento. Entre seus seguidores, Merleau-Ponty (1908-1961) tentou superar a clássica oposição entre corpo e consciência.

A tradição fundacionista, que sempre esteve em busca de uma princípio para o conhecimento, foi criticada pelos representantes do neopragmatismo, como Richart Rorty (1931-2007). A filosofia analítica, presente em diversas tendências, teve como destaque Wittgenstein (1889-1951), com a "virada linguística". Ele radicalizou a crítica ao sujeito que conhece, limitando-se a investigação da linguagem, já que para ele nossa relação com o mundo é uma relação de significação.

Os frankfurtianos, da Escola de Frankfurt, ainda que herdeiros de Marx, fizeram-lhe críticas, ao analisar o contexto do capitalismo contemporâneo, contrapondo a eles os riscos da razão instrumental, com base na ciência e no progresso. Essa análise, posteriormente ampliada por Habermas, estabeleceu outra compreensão da comunicação humana e da busca da verdade, não mais absoluta, mas intersubjetiva, ou seja, pautada no diálogo e na interação entre todos, surge o conceito de racionalidade comunicativa.

O tema da verdade e da subjetividade orientou as pesquisas genealógicas de Michel Foucoault (1926-1984), a fim de descobrir como certos conceitos foram "construídos" desde o século XVI (durante a modernidade) e que estabeleceram uma relação intrínseca entre verdade e poder. Será então preciso compreender essa sociedade que, apesar de racional e pautada na ciência e no progresso, que serve a interesses das elites dominantes, justificando relações de poder e de dominação, para se promover um processo de "desconstrução” ou de "contraponto".

Essa "desconstrução" foi levada a efeito por Jacques Derrida. O filósofo apoiou-se na ideia de fundamento e de identidade para criticar as oposições que geram hierarquia e privilégios. Gilles Deleuze também contribui com essa "desconstrução”, porém focando na ideia de "construção de conceitos". Para Deleuze não há a ideia metafísica de conceitos que contém uma essência e, que, portanto, seriam verdadeiros e absolutos, pois os conceitos podem ser reinventados de modo que se aceite sua multiplicidade. Para o filósofo, a vida e o mundo encontram-se em constante processo de criação do novo, sendo a filosofia "a arte de formar, de inventar,de criar e recriar conceitos".

 

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