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O conhecimento

Os primeiros filósofos ocupavam-se com a origem e a ordem do mundo, o kosmos: qual era o princípio eterno e imutável que ordenava e constituía todas as coias? Eles começaram a perguntar qual era e o que era o ser (tò ón, em grego) subjacente a todos os seres. A filosofia nascente tornou-se ontologia, isto é, o conhecimento sobre o ser.

Mais tarde, a filosofia foi influenciada pelas concepções de verdade e razão cristãs. Herdeiros tanto das contribuições como dos impasses da filosofia medieval, os filósofos da modernidade tinham a difícil tarefa de separar o conhecimento revelado pela religião e o conhecimento racional obtido pelo pensamento. Ao buscar as condições do conhecimento verddadeiro da realidade pela razão, os modernos começaram não pelo ser, mas pelo exame do conhecimento.

A teoria do conhecimento tornou-se saber filosófico central, no qual a razão toma a si mesma como objeto de investigação, a fim de determinar como é possível o conhecimento dos seres.

Como resultado desse descobrir epistemológico, empiristas e racionalistas (ou intelectualistas) trataram, mesmo que distintamente, os conceitos de sensação e de percepção no processo do conhecimento. a sensação nos fornece as qualidades internas e externas dos objetos, enquanto a percepção as organiza.

A partir do século XX, a psicologia da forma e a fenomonologia se opõe não apenas as concepões de empiristas e intelectualistas, mas também a distinção que estes acreditam exisitir entre sensação e percepção, dizendo que ambas se dão simultaneamente na experiência.

Com essa mudança, sensibilidade e pensamento adquirem novas dimensões na filosofia, e a memória e a imgaginação passam a ser entendidas como formas fundamentais ao conhcimento.

A linguagem é um dos elementos fundamentais ao processo do conhecimento. Somos dotados dessa capacidade e a desenvolvermos ao longo da vida a fim de expressar nossos sentimentos, pensamentos e impressões, bem como nos comunicar com outras pessoas por meio de diferentes signos (imagem, fala, som, gesto, escrita, etc.).

Desde seus primórdios, fascinada pelo poder e pela complexidade da linguagem, a filosofia se colocou questões sobre sua origem e funcionamento. Afinal a linguagem é inata ou adquirida pela experiência? É um meio seguro para descrevermos e explicarmos os objetos e as ideias , ou apenas um jogo de significações  que nos aproxima de uma realidade inalcançável? Quais são suas relações com o pensamento, a inteligência e a memória?

A teoria do conhecimento distingue o eu, a pessoa, o cidadão e o sujeito. Ela tem como centro o sujeito do conhecimento, entendido como atividade racional que conhece a si mesma.

No entanto, o que acontecerá se o sujeito do conhecimento descobrir que a consciência possui outros elementos constittuintes, além da sensação, dos sentimentos, da imaginação e da memória, que ela inclusive desconhece? O que sucederá quando o sujeito do conhecimento descobrir um limite intransponível, o inconsciente? Ou quando descobrir que as próprias ideias podem ser confusas e inclusive servirem de armadilhas posta pela ideologia, reproduzida pelos próprios indivíduos? As descobertas de Sigmund Freud e de Karl Marx trarão todos esses questionamentos pondo a possibilidade do conhecimento ainda mais sobre prova.

Informaçõe adaptadas de Chaui, Marilena. Iniciação à Filosofia. 2ªed. São Paulo: Ática, 2013.

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