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9/5/2020
Por: Professor Pina

A razão: definições, princípios, modalidades e teorias

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Segue um resumo dos capítulos 7, 8 e 9 do livro didático Iniciação à filosofia de Marilena Chauí:

A filosofia surge quando o ser humano descobre a razão. Mas o que é a razão?

Razão é a capacidade humana de compreender a realidade que o cerca a partir de explicações lógicas sem intervenções de relatos míticos, fantasiosos ou religiosos. Em outras palavras, é a própria realidade se explicando e a consciência captando essa explicação. Disso se percebe que a razão é objetiva e subjetiva. Ela é objetiva, pois a realidade é racional em si mesma, ou seja, se auto explica. E ela é subjetiva, pois a capacidade intelectual de captá-la está no sujeito humano. Em outras palavras, a razão objetiva é a afirmação de que o objeto do conhecimento é racional, e a razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito do conhecimento é racional.

A palavra razão origina-se de duas fontes: do latim ratio e do grego lógos. Porém, seu significado é parecido: significam pensar e falar ordenadamente, com medida e proporção, com clareza e de modo compreensível para os outros.

Quatro são os princípios racionais:

1- Princípio de identidade -> o que é é.

2- Princípio da não contradição -> o que é é e não pode ser outra coisa.

3- Princípio do terceiro excluído -> ou é ou não é, não há uma terceira possibilidade.

4- Princípio da razão suficiente ou da causalidade -> para tudo o que existe há uma explicação.


A atividade racional

O ser humano é o ser racional. Tradicionalmente, três são as modalidades racionais, ou seja, os modos como a razão funciona.

1- a intuição

A intuição é uma compreensão imediata e completa de um objeto, um fato. Nela, de uma só vez, a razão capta todas as relações que constituem a realidade e a verdade da coisa intuída não necessitando de provas ou demonstrações para saber o que conhece. Exemplos, ao ver uma folha caída ao chão intui-se que seja de uma árvore, ou quando diante de dois bolos um grande e um pequeno se intui que um é maior do que o outro e vice-versa.

A intuição pode ser:

Empírica ou sensível -> é o conhecimento direto e imediato das qualidades sensíveis do objeto externo (cor, sabor, cheiro, textura, som…).

Intelectual -> é o conhecimento direto e imediato dos princípios da razão (identidade, não contradição, terceiro excluído e razão suficiente), também as ideias simples, aquelas que não são compostas de outras, são adquiridas pela intuição intelectual. Que também colabora para conclusões a partir de ideias complexas, neste sentido, as comprovações são para demonstrar aquilo que já se sabe pela intuição.

2-A razão discursiva ou raciocínio

O raciocínio, ao contrário da intuição, é o conhecimento que exige provas e demonstrações daquilo que se conclui. Não é só um ato intelectual, mas são vários atos ligados ou conectados, formando um processo de conhecimento.

O raciocínio pode ser de dois tipos:

  1. dedução -> nela demonstra-se que uma verdade já conhecida se aplica a todos os casos particulares iguais: do geral para o particular. Por exemplo, sabe-se que o ser humano é racional, Paulo é ser humano, portanto Paulo é racional.

  2. Indução -> parte de casos particulares iguais ou semelhantes para concluir de forma geral fazendo um caminho inverso da dedução. A indução é muito utilizada pela ciência. Exemplo: o oxigênio é essencial para haver fogo. Essa conclusão da ciência se deu a partir de várias experiências onde se submetiam elementos de fácil combustão em diversos ambientes com e sem oxigênio e comprovou que naqueles em que havia o oxigênio, deu-se fogo, mas naqueles que não havia o gás a combustão não aconteceu.

3- Abdução

A abdução é uma espécie de raciocínio intuitivo, ou seja, é a busca de uma conclusão pela interpretação racional de sinais, de indícios, de signos. Cientistas, artistas e detetives usam bastante essa modalidade racional. Por exemplo, um detetive, na cena do crime, diante de pistas e do cenário, já conclui o que aconteceu. O que ele fará, posteriormente, é provar o que já sabe.

Comumente se diz que a indução e a abdução são procedimentos racionais que possibilitam novos conhecimentos, já a dedução apenas verifica ou comprova conhecimentos já adquiridos.

Dessa relação entre sujeito do conhecimento (razão subjetiva) e o objeto do conhecimento ( razão objetiva) surge duas correntes filosóficas o realismo (foco na razão objetiva) e o idealismo (foco na razão subjetiva), constituindo-se concepções antagônicas que muito influenciarão as ideias filosóficas, especialmente no tocante ao processo do conhecimento.

Como exemplos de teorias idealistas destacam-se os inatistas ou racionalistas, dentre estas teorias tem-se o inatismo platônico e o inatismo cartesiano. E como exemplo de teorias realistas, destacam-se as mais diversas teorias empiristas. Racionalismo e empirismo serão duas formas opostas de conceber o processo do conhecimento. Diante disso, pensadores perceberão seus problemas e constatarão que não será possível conceber absolutamente uma ou outra. Dentre esses pensadores, destaca-se Immanuel Kant, que desenvolveu uma teoria denominada de criticismo kantiano, onde se fará a junção de aspectos do racionalismo ou inatismo com aspectos do empirismo. Um outra solução importante data ao problema inatismo X empirismo foi dada pelo filósofo Hegel no século XIX. Para ele a razão é um espírito absoluto, pois proporciona a unidade do objetivo com o subjetivo possiblitando a compreensão da realidade como um todo na perspectiva tempo, espaço e contexto.

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