CONTATO (contato@professorpina.com) | BUSCA: Todos os posts | RSS | Conceitos Filosóficos

PUBLICAÇÕES

9/5/2020
Por: Professor Pina

A metafísica de Aristóteles: a hierarquia dos seres

Compartilhe

O post a seguir é um resumo do capítulo 20 "A metafísica de Aristóteles" do livro didático Iniciação à Filosofia de Marilena Chauí.

Metafísica ou ontologia é o estudo do Ser (veja mais clicando aqui). Para Aristóteles a metafísica, chamada por ele de Filosofia Primeira, é o estudo do Ser enquanto Ser.

Aristóteles foi discípulo de Platão. Porém, diferentemente do mestre afirmava que a essência verdadeira das coisas encontra-se na própria coisa e não numa realidade inteligível separada do mundo captado pelos sentidos.

Platão seguia a lógica de Parmênides afirmando a unicidade e a imutabilidade do Ser, isto é, da essência ou da ideia de cada coisa. A realidade terrena é mutável e corruptível, pois tudo se transforma a todo momento, daí este mundo ser uma representação, ou uma aparência do ser ou da ideia verdadeira que se encontra numa outra dimensão.

Mas, diante disso, como entender a metafísica de Aristóteles, já que o mundo inteligível é uma invenção de Platão? A chave para o entendimento está na ideia de movimento (kinésis), ou seja, do devir. Segundo o filósofo, existem vários tipos de seres classificados em uma hierarquia do menos perfeito para o mais perfeito. Como entender a ideia de imperfeição? Ela se dá justamente através da ideia de  movimento, isto é, quanto mais movimento (transformações) tiver um ser menos perfeito ele é e quanto menos movimento (transformações) ele tiver, mais perfeito ele é. Então há uma hierarquia dos seres do mais perfeito para o mais imperfeito e vice-versa.

Estes seres podem ser percebidos dentro da concepção do universo aristotélico. Os seres terrenos são os mais imperfeitos, pois a todo momento estão em processo de mudança em todos os sentidos. O ambiente terreno é conhecido como mundo sublunar, pois fica abaixo da lua. O mundo supralunar tem um grau de perfeição maior uma vez que os planetas, dentre eles o sol giram ao redor da terra de forma retilínea e eles são incorruptíveis, ou seja, não se alteram. Acima do mundo supra lunar, tem as estrelas que para Aristóteles estão fixas no universo. E, como causa de tudo, o Ser perfeitíssimo, a Causa incausada, uma divindade conhecida como Primeiro Motor, ou Motor Imóvel, que não é criador, mais causador de tudo e que não fica em uma realidade apartada, mas pertence ao mesmo universo causado por ele. Ressalta-se também que todo ser busca a perfeição, ou seja, todos os seres aspiram ao Primeiro Motor.

Voltando agora para a realidade terrena, ou mundo sublunar, Aristóteles desenvolve uma série de conceitos para explicar o ser das coisas e suas transformações.

Antes, vale frisar o conceito de ente que é um nome genérico para a existência de qualquer coisa. Portanto, tudo o que existe é um ente.

Dentre esses conceitos, destacam-se os principais:

Os primeiros princípios ou princípios racionais: identidade, não contradição e terceiro excluído. Fundamentais para que a razão compreenda a essência dos entes e suas transformações.

As causas primeiras: são aquelas que explicam o que a essência é e também a origem e o motivo de sua existência. Elas dizem o que é, como é, porque é e para que é uma coisa ou ente. São quatro as causas primeiras: causa material (tudo é constituído de algo); causa formal (tudo tem algum formato, alguma forma, um molde); causa eficiente (tudo tem uma origem, um impulso anterior) e causa final (tudo tem uma finalidade, um propósito, uma utilidade).

Para explicar as causas, o filósofo desenvolveu outros conceitos inerentes: matéria, forma, potência, ato, essência, acidente, substância e predicado.

O conceito de substância engloba todos os demais, pois designa o ser enquanto tal e sua classificação em grupos (gêneros e espécies);

A essência são aquelas características fundamentais que definem o ente. Acidente por sua vez são características secundárias que, quando proferidas, não alteram o significado essencial da ideia do ente. Por exemplo, cadeira tem como uma essência o fato de ser um suporte para se sentar e como acidente o fato de ser da cor branca.

As transformações do ser se dão na dinâmica de potência e ato. Todo ente terreno possui potências, ou seja, podem vir a ser alguma coisa, transformações essas que mudam sua essência, designando um outro ente. O ato é a realização da potência. Por exemplo, a semente do tomate, pode vir a ser uma nova planta de tomate. A semente possui a potência de ser uma planta e a planta é o ato da semente.

O conceito de predicado é importante, pois designa qualquer atributo ao ente. Por exemplo, na frase: o cachorro é bravo. Bravo é um atributo do cachorro, ou seja é um predicado.

A metafísica ou filosofia primeira de Aristóteles é importante, pois inaugura o estudo da estrutura geral de todos os seres, estabelecendo as condições universais e necessárias que fazem com que exista um ser e que ele possa ser conhecido pelo pensamento.

Inscreva-se e fique por dentro de nossas novidades!

Leia também...

BUSCA: Todos os posts

Inscreva-se e fique por dentro de nossas novidades!




Significados de conceitos filosóficos:

LISTA DE CONCEITOS FILOSÓFICOS

Agnosticismo


Acidente


Abstracionismo


Abstração


Vontade


1 de 2 - Primeira Anterior [ 1 ] 2 Próxima Última

Ver lista completa

2015 - Desenvolvido por publicasite.com

Todos os posts

Pesquisa de conceitos filosóficos